A gente é anticapitalista, né. E a gente vê que dia dos namorados é bem consumo, propaganda pra gastar dinheiro e mais uma mercantilização do amor. Quase como natal, dia das mães, páscoa. Ao meu ver, no entanto, menos, eu associo dia dxs namoradxs a consumo, mas não vejo a ligação tão forte com religião.
A crítica ao consumismo é necessária e nunca já foi ultrapassada (se tivesse sido, a gte tava aí livre disso). Mas eu quero fazer tb a ponderacao de que a gente tem que localizar as críticas pra não ser nada mto duro. Aprendi com uma amiga (brigada, Lailinha) que a gte tem q ter delicadeza pra lidar com os afetos. Eu, por exemplo, nasci e fui criada num regime estrito religioso (meu pai e minha mãe eram testemunhas de Jeová - ela ainda é). A gte nunca pôde comemorar nada: natal, Páscoa, dia das mães, das crianças, aniversário. Só o aniversário de casamento delxs. É isso foi mega pesado pra mim. Ainda é. Nunca faltou festa e presente - então a questão pra mim nunca foi de ficar bolada pq associava as festas ao momento de ganhar presente.
A questão sempre foi - e é - o simbolismo, o ritual de ficar junto. Eu não podia brincar de amigo oculto no fim de ano, pq era como se fosse natal. Não podia ganhar chocolate na escola na Páscoa e nem doce de Cosme e Damião (desse eu ainda hj não consigo mto me aproximar). Não podia ir em festa de aniversário dos colegas/amigos de escola/colégio fora e nem participar quando era dentro. Eu ficava no pátio com as tias da cantina. Isso não é pouca coisa. Isso envolveu eu não conseguir me aproximar da galera da escola e do colégio pq eu era a criança ou a adolescente estranha (além de todo bullying q rolava na adolescência). Eu lembro total que eu tinha um melhor amigo no clube, pq eu joguei vôlei dos 11 aos 17 e meus amigos eram de lá. Eu tinha esse melhor amigo que a gente se via todo dia quase e passava o dia juntos jogando vôlei e papeando. Mas quando ele fez acho que 16 anos e a gente já era best, eu não tinha "motivo" pra não ir, não fui por causa da religião. E as pessoas acharam que eu não fui pq eu era a fim dele e ele lá ficou com uma menina - eu nem pensava em sexo, mto menos com ele, q era um irmão. Mas aí, né... Que merda de história e adolescente é idiota mesmo, a gte se afastou. Pq eu tb não me sentia à vontade mais de falar q não fui pq não podia ir, era religião.
A crítica ao consumismo é necessária e nunca já foi ultrapassada (se tivesse sido, a gte tava aí livre disso). Mas eu quero fazer tb a ponderacao de que a gente tem que localizar as críticas pra não ser nada mto duro. Aprendi com uma amiga (brigada, Lailinha) que a gte tem q ter delicadeza pra lidar com os afetos. Eu, por exemplo, nasci e fui criada num regime estrito religioso (meu pai e minha mãe eram testemunhas de Jeová - ela ainda é). A gte nunca pôde comemorar nada: natal, Páscoa, dia das mães, das crianças, aniversário. Só o aniversário de casamento delxs. É isso foi mega pesado pra mim. Ainda é. Nunca faltou festa e presente - então a questão pra mim nunca foi de ficar bolada pq associava as festas ao momento de ganhar presente.
A questão sempre foi - e é - o simbolismo, o ritual de ficar junto. Eu não podia brincar de amigo oculto no fim de ano, pq era como se fosse natal. Não podia ganhar chocolate na escola na Páscoa e nem doce de Cosme e Damião (desse eu ainda hj não consigo mto me aproximar). Não podia ir em festa de aniversário dos colegas/amigos de escola/colégio fora e nem participar quando era dentro. Eu ficava no pátio com as tias da cantina. Isso não é pouca coisa. Isso envolveu eu não conseguir me aproximar da galera da escola e do colégio pq eu era a criança ou a adolescente estranha (além de todo bullying q rolava na adolescência). Eu lembro total que eu tinha um melhor amigo no clube, pq eu joguei vôlei dos 11 aos 17 e meus amigos eram de lá. Eu tinha esse melhor amigo que a gente se via todo dia quase e passava o dia juntos jogando vôlei e papeando. Mas quando ele fez acho que 16 anos e a gente já era best, eu não tinha "motivo" pra não ir, não fui por causa da religião. E as pessoas acharam que eu não fui pq eu era a fim dele e ele lá ficou com uma menina - eu nem pensava em sexo, mto menos com ele, q era um irmão. Mas aí, né... Que merda de história e adolescente é idiota mesmo, a gte se afastou. Pq eu tb não me sentia à vontade mais de falar q não fui pq não podia ir, era religião.
E daí, o que isso tem a ver com tudo? Tem a ver que por causa dessas coisas eu tenho hj (1) um pavor enorme de ser deixada "de fora" das coisas; (2) um apego grande a datas. Eu me preparo para datas e geralmente procuro fazer uma comemoração (desnatal, melhor coisa).
E apesar de eu não estar nem aí pro consumo do dia das namoradas, é uma data que me lembra carinho e afetividade. E eu acho carinho e afetividade a coisa mais fofa do mundo. Então só queria dizer que: não tratem as datas com tanta dureza e nem com tanta leviandade. Elas não têm sempre os mesmos significados pra todas as pessoas.
E apesar de eu não estar nem aí pro consumo do dia das namoradas, é uma data que me lembra carinho e afetividade. E eu acho carinho e afetividade a coisa mais fofa do mundo. Então só queria dizer que: não tratem as datas com tanta dureza e nem com tanta leviandade. Elas não têm sempre os mesmos significados pra todas as pessoas.
**Na vdd, acho que eu queria mais era falar disso do que sei lá. Enfim, pra quem vai celebrar hj, divirtam-se e amem sempre. Aceitem o amor que recebem tb, isso nem sempre é fácil, mas é necessário.
Aceitar o amor não no sentido de aceitar migalhas, mas de aceitar quando uma pessoa te ama, mesmo q vc no fundo ache q não mereça ou tenha dificuldade em reconhecer aquele amor pela forma diferente da sua que ele é apresentado.
Aceitar o amor não no sentido de aceitar migalhas, mas de aceitar quando uma pessoa te ama, mesmo q vc no fundo ache q não mereça ou tenha dificuldade em reconhecer aquele amor pela forma diferente da sua que ele é apresentado.
Originalmente publicado em: https://www.facebook.com/heloisamelino/posts/10204328670607411
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