segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Achismos sobre as eleições

Talvez seja cedo pra trazer uma análise como essa - que, aliás, nem é uma análise, é um achismo. Não acredito que a Dilma e o PT vão reconhecer a demanda que as mulheres (cis e trans) e as pessoas LGBT há tanto vêm reivindicando: o direito a autonomia sobre o próprio corpo; mas algo que acho que se pode tirar de positivo desse período eleitoral que passamos foi a representatividade feminina.
Eu sei que eu vivo numa bolha composta por pessoas minimamente críticas - essa bolha foi formada de maneira deliberada e voluntária -, mas o tempo todo o que eu vi foi a opinião pública sendo disputada por mulheres. As pessoas mais à esquerda pensavam Dilma ou Luciana Genro; as pessoas menos à esquerda, Dilma ou Marina. As pessoas mais à direita, ficaram entre Dilma e Aécio
ou Dilma e Marina.
Em nenhum momento a disputa de opiniões que eu testemunhei deixou de incluir uma mulher. E acho que isso traz outra visão às mulheres do país inteiro, acho que muitas mulheres viram-se ali minimamente representadas e talvez essa representação possa servir pra aumentar sua (nossa!) auto-estima enquanto grupo político. Talvez seja inocência minha, eu posso estar falando isso pq meus privilégios me cegaram a outras questões, posso estar falando isso também com a ingenuidade de quem busca ganhos (ainda que mínimos) em qualquer disputa.
Eu chego até a pensar que a presença da Marina e da Luciana Genro (principalmente desta) possa ter servido pra dar mais força à Dilma num segundo mandato.
Torço para que as apontadas de dedo da Luciana na cara do Danilo Gentili, na cara do Aécio e na cara da própria Rede Globo de Corrupção possam ter servido para que mulheres que nunca tinham pensado que podiam colocar o dedo na cara de poderosos passem a fazer isso.
Pode ser só meu jeito Poliana de enxergar essas últimas eleições.

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