terça-feira, 19 de agosto de 2014

Mulher que passa fotos nuas pra namorado não cuida de si, segundo juiz do TJMG

Precisamos pensar o Direito para além dos códigos. De nada adianta a teoria, a legislação, a prática e a tomada de decisões puramente técnica. O direito só terá papel transformador quando agir sobre a realidade social de forma a reduzir ou eliminar assimetrias - e para isso precisa estar em contato direto e contínuo com os movimentos sociais, que se empenham em dar visibilidade às estruturas de exploração, dominação da sociedade.

Essa decisão é um caso exemplar do descolamento do magistrado com a realidade social e da imposição de uma moral dele a casos particulares, uma moral totalmente contrária às reivindicações de mulheres e movimentos feministas. O Direito é neutro? Não sendo, ao lado de quem está?

Por uma teoria atenta às desigualdades sociais e que seja combativa, que denuncie as estruturas de opressão, desestabilizando o status quo e desafiando o poder hegemônico. Por uma Teoria Crítica dos Direitos Humanos para que o Direito alcance um papel transformador.
Se ser livre é ser vadia, somos todas vadias! A culpa nunca é da vítima!

#MeuCorpoMinhasRegras

'Dois desembargadores da 16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concordaram em reduzir de R$ 100 mil para R$ 5.000 o valor da indenização que deve ser paga por um homem que divulgou vídeos íntimos da ex-namorada, em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Durante a decisão, um dos magistrados chegou a afirmar que a mulher não cuida de si e tem um "conceito diferenciado de moral" por ter posado para as imagens.'

http://www.otempo.com.br/cidades/justiça-reduz-para-r-5-mil-indenização-por-fotos-íntimas-divulgadas-1.880881

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