segunda-feira, 5 de maio de 2014

Privilégio cis do sem-nome



Precisamos pensar na força das palavras que usamos e na importância dos nomes. Na sociedade de informação, quem informa é que cria as palavras e isso significa deter poder, significa criar a realidade, pois a realidade não é o fenômeno per se, a narrativa que dá legibilidade é que cria a realidade. A realidade depende da perspectiva de quem descreve o fenômeno.
Muites acadêmiques e/ou ativistas cis não se sentem contemplades pelo termo por conta de suas vidas não-normativas, por estarem fora dos padrões de gênero cis, por não serem iguais às pessoas cis normativas; mas o mesmo se dá com as pessoas trans, elxs tb não são todes iguais, elxs tb não estão dentro do que a sociedade quer que elxs sejam e essxs acadêmiques cis não pensam duas vezes antes de nomear-lhes trans. Pq homogeinizamos para nomear quem difere de nós e recusamos a nossa própria nomeação?
O mínimo que é necessário é reconhecer os ganhos teóricos e de luta da criação da categoria cis. Antes eram seres humanos e mulheres, normais e homossexuais, normais e trans. É preciso marcar o hegemônico!

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