quarta-feira, 31 de julho de 2013

20/06/2013 Prefeitura - ato dos três milhões

Ato na Prefeitura do Rio de Janeiro com Três Milhões (2013.06.20)



Depois do início de toda violência na prefeitura que começou com um cara forte sem camisa com um cara de P2, fomos avançando, ou melhor, fugindo da polícia ainda na presidente vargas, corremos e mais a frente estava uma festa! Tinha gente tocando samba e cantando, enquanto havia gente ferida, sangrando e desmaiada metros atrás. Pensei como é possível que isso aconteça. Minutos depois, o choque jogou bomba em todo mundo que estava ali, de maneira que o samba acabou, a fúria se generalizou e os cantos de paz passaram a ser: Isso é revolta, não é vandalismo! Não vai ter COPA (pensei que seria impossível um dia escutar isso no Brasil!!) e Amanhã será maior. Tanto foi uma revolta que as escolas NÃO FORAM DEPREDADAS porque as pessoas em coro cantavam: Escola não! Escola não! Porque naquele momento entendiam que o fogo nas ruas, a destruição era uma maneira de primeiramente expressão a sua revolta, a sua indignação e depois uma maneira de barrar o avanço da força policial. 

Depois as pessoas rumaram mais ao centro indo para Lapa ou para ALERJ. Fomos para a ALERJ e de longe vimos uma multidão de manifestantes SENTADOS NAS ESCADARIAS e gritando “A ALERJ É NOSSA! AHA UHU!”. Da onde estávamos, não vimos NINGUÉM atacando a ALERJ, NINGUEM quebrando NADA, mas ainda assim foi onde a repressão foi maior. Quando tentamos nos aproximar para nos juntar a multidão, o Batalhão de Choque veio descendo a Primeiro de Março, atirando bombas e nos alvejando com balas de borracha. Certamente não quiseram nem saber que O GRUPO QUE ESTAVA NA ALERJ ESTAVA PACÍFICO.

Corremos. Dois amigos estrangeiros se perderam na confusão. Todas as ruas do centro estavam cercadas com o Choque, que atacavam a todos indiscriminadamente. Quem ficou um pouco mais rodou, apanhou e respirou muito gás lacrimogênio, nós
Gabriel e eu) estávamos de mãos dadas, tentando fugir por qualquer viela do centro, mas era inútil, não havia escapatória. Chegamos à casa França Brasil e um grupo de 15 pessoas gritavam, pois estavam sendo atacadas por bombas da polícia, É IMPRENSA. NADA DISSO ADIANTAVA, simplesmente sentamos. 4 polícias do choque circularam por a gente com suas motos e se foram. De mãos dadas, ainda pensando que poderíamos morrer, fomos descendo a presidente vargas na direção do IDH, insituto de Direitos Humanos, que nos NEGARAM ABRIGO. O lixo queimado junto com o gás disparado pela polícia me causava nauseas e ânsia de vômito, respirar era difícil e resolvemos ir para Lapa à procura de um abrigo seguro. Sempre tentamos ir em direção à aglomeração de pessoas, chegamos a Rio branco e um policial nos mandou ir para o Campo de SAntana, de onde tínhamos fugido horas antes e sabíamos que era impossível transitar em segurança. DEscemos pela uruguaiana, chegamos a praça da carioca onde escutamos tiros e tivemos certeza que era impossível seguir pela cinelândia. Descemos a Rua da CArioca até a Gomes Freire, pois, sendo Advogada, poderia ajudar os presos na 5 DP. Só havia 1 menino preso lá e os polícias estavam putos, porque o choque JOGOU UMA BOMBA NA PORTA DA DELEGACIA CIVIL!!!!!!!!!! VCS TEM IDEIA DO QUE ISSO SIGNIFICA?!
Depois rumamos em direção a cruz vermelha, muita gente acuada nos bares com medo de sair, muita gente chorando. Muita gente CORAJOSA gritando COVARDES,ANIMAIS.

Chegamos em segurança a casa de um amigo na cruz vermelha, fiquei conversando com os vizinhos, contando a violência descarada e absruda da polícia, o ataque FASCISTAS aos manifestantes comunista O CERCO A FND E AO IFCS ( MEU CU PRA QUEM DIZ QUE AS UNIVERSIDADES NÃO ESTAVAM SITIADAS!) 

Nesse momento passaram 3 carros da polícia e percebemos dois moradores de rua tossindo e xingando, quando percebemos a polícia havia jogado uma bomba de gás lacrimogenio GRATUITAMENTE nos moradores de rua! Subimos o prédio tossindo muito, o apê ficava no terceiro andar, só nosso apê havia umas 20 pessoas. 

( TODXS REFUGIADOS!) NÃO CONSEGUIMOS RESPIRAR, TOSSÍAMOS MUITO. ESTÁVAMOS NO TERCEIRO ANDAR E ESSA AGRESSÃO FORA GRATUITA! NINGUÉM ESTAVA FAZENDO NADA, OU MELHOR, ONTEM FOI ESTADO DE EXCEÇÃO NÃO SE PODIA CAMINHAR NAS RUAS, A PM "PEDIU" PRA POPULAÇÃO EVITAR AS RUAS!!

Fomos ao terraço para respirar, porque o prédio inteiro, não só a gente do terceiro andar, tossia complusivamente. Descemos logo por medo do helicóptero que circulava o centro do rio, que não CAÇAVA NINGUÉM, MAS DAVA UM CLARO RECADO, ESSE ERA O CALA BOCA DELES, ERA ESSA A PUNIÇÃO COLETIVA!

O silêncio era ensurdecedor ( ainda era meia-noite no centro do RIO!!!!!!!), não sei o que era pior o silêncio, as ruas vazias ou quando os Únicos barulhos que escutávamos eram das sirenes e dos helicópteros.

Depois soubemos que invadiram a emergência de Hospital, cercaram a UFRJ e varreram as ruas do Centro do Rio batendo em qualquer pessoa que oussasse transitar por ali. Houve um reduzidíssimo número de presos e detidos. A tropa de choque da PM e o BOPE ontem deixaram bastante claro que papel estavam desempenhando na cidade – e não foi o de servir e proteger, como é o seu lema. Foi o de reprimir, de tocar terror e demonstrar a sua força. O que houve ontem a noite foi PUNIÇÃO COLETIVA. 
Fomos PUNIDOS COLETIVAMENTE por termos exercido o nosso direito de Liberdade de Expressão e de Manifestação. 

Atentem: A quem serve o discurso de que toda essa violência da Polícia foi para inibir atos de violência – atos esses que foram iniciados pela própria Polícia. 

Não nos acovardemos, 
#‎AMANHAVAISERMAIOR #‎VEMPRARUA.

VAMOS À LUTA!
 — com Gabriel Vignoli.


Barricada dos manifestantes para se defender da truculência da Tropa de Choque da PMERJ


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